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Relatórios Letta e Draghi apontam os desafios para a Europa e Portugal
2025-03-24
Relatórios Letta e Draghi apontam os desafios para a Europa e Portugal
Na análise~da EY-Parthenon os recentes relatórios "Letta" e "Draghi" apresentam soluções para os desafios da Europa que se centram na inovação, competitividade e segurança para garantir um futuro mais resiliente.
O relatório "Much More Than a Market”, orientado pelo antigo Primeiro-Ministro italiano Enrico Letta, sugere a introdução de uma quinta nova liberdade fundamental para o mercado único europeu, para além da livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, que assenta na investigação e na inovação. Para operacionalizar este quinto novo pilar será necessária uma abordagem multifacetada, que abranja melhorias de infraestrutura, plataformas colaborativas, uma forte política industrial, uma legislação uniforme, iniciativas políticas e um compromisso inabalável para promover a inovação, a ciência aberta e a literacia digital. A modernização de infraestruturas no setor da energia, o apoio às PME, a integração de setores-chave e o estabelecimento de parcerias público-privadas são outras prioridades destacadas no relatório de Enrico Letta.
No relatório "The Future of European Competitiveness” Mario Draghi, antigo Primeiro-Ministro italiano e ex-presidente do BCE, foca-se na competitividade e segurança da Europa, propondo estratégias para fortalecer a posição da região no cenário global, abordando questões como a inovação, a descarbonização e as políticas de investimento. O relatório alerta para os grandes desafios que a Europa enfrenta em termos de competitividade e segurança e a mensagem central do relatório é clara: apesar da força económica da Europa, a região está em risco de definitivamente perder terreno face a choques externos, tensões geopolíticas e avanços tecnológicos, a menos que tome medidas estratégicas urgentes.
As vulnerabilidades da Europa em termos de segurança e dependência de fornecedores externos tem a sua origem na deterioração das relações geopolíticas, que criou novas necessidades de investimento na defesa e na capacidade industrial. Por outro lado, a Europa tem amplas dependências externas, que vão desde tecnologias avançadas a matérias-primas essenciais, cuja oferta se encontra muito concentrada. Para reduzir as suas vulnerabilidades, a UE necessita de desenvolver uma verdadeira política económica externa, baseada na garantia de recursos críticos. A UE deve também explorar o potencial dos recursos nacionais através da exploração mineira, da reciclagem e da inovação em materiais alternativos, propõe Mário Draghi.